quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Recomeços sem fim



Acho que já está na hora de escrever. Tirei umas férias, muito pacata e entediante em alguns momentos, em outros não.

Parei de escrever e, digo, não é algo que me faz falta, eu vivo bem sem, não é algo que me sufoca ou pressiona, pelo menos, até o momento em que me vem a vontade, o desejo de fazê-lo, ás vezes é como um mal-estar que nasce na boca do estômago, como um soco no estômago sem dor, e lá fica e se espalha até me deixar numa calma inquietante, sem sono de madrugada e com a cabeça pensando tudo com muita calma e precisão, só que sem parar.

Escrever nessas horas me parece um meio que me ajuda a respirar melhor e achar caminhos, mesmo que tortos (e sempre são tortos e canhotos) para filtrar, elaborar, fazer o raio que o parta para que eu vomite, tudo, com gozo, e limpe um pouco meu corpo e mente. Não sei classificar isso, nem sei se quero, não sei se desse processo eu gosto ou desgosto, eu convivo assim e, de certa maneira, existe uma harmonia.

E vou me navegando, de infernos a paraísos, me deixando ser, me fazendo, modificando, envelhecendo, cada vez mais calmo e silencioso de espírito e com muita vida para ficar silente e inerte, e por isso, com o cair da noite eu vou partindo ou chegando, sempre.

Gabriel Oliveira