Ele veio em sua direção, e ela o fitou.
Estava mais velho, mais bonito
Os traços de homem, mais marcados
Os olhos, mais sofridos e sóbrios
Carregado de cicatrizes
mantinha uma mesma doçura, no sorriso
A mesma peculiar leveza, no andar
Ela também mudara
Mais parecia, para ele, um fantasma
Uma versão viva das fumaças e sombras do passado
Assim, viva, intacta
E ainda muito bonita
Olhares
Trocaram
Tentaram sair
As palavras
abraço
O fantasma criou pele, cheiro, calor,
Amor
As sombras e fumaças do passado
Soaram e se aqueceram,
Timidamente.
Espíritos maltrados pelo tempo
Pelas ações do tempo
Em sensações antigas e silenciadas
Debruçaram-se e navegaram
Palavras queriam ser ditas
E em súbito, uma frase
Rompeu as linhas do silêncio:
Vamos tomar café?
Vamos.
Gabriel Oliveira
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Olha lá eu, tentando fazer poesia de novo! Para deixar o ambiente mais profissional, deixá-los-ei com o mestre Neruda!
O amor
Amo o amor que se reparte
em beijos, leito e pão
Amor que pode ser eterno
mas pode ser fugaz
amor que se quer liberar
para seguir amando
Amor divinizado que vem vindo.
Amor divinizado que se vai.
De crespuculario
imagem: cafe terrace at night - Van GoghSaudações, Gabriel Oliveira
4 comentários:
Boa Navegador...
teu texto translada-nos a um encontro casual
desejado inconcientimente, talvez causado!
sonhei acordado com o texto...isto há de acontecer comigo, mas não seria café...hehe
abççs
Olha só... em verso!! Já disse que você faz verso muito bem em prosa, agora tenho que salientar... faz verso muito bem também, em verso! Bjs Bjs!!
engraçado vc dizer isso, Gustavo Acaso. Escrevi esse poema, literalmente, sonhando acordado, digerindo um sono insono.
e obrigado, Su.Valeu por ler e comentar.
Abraço, Gabriel Oliveira
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