domingo, 24 de outubro de 2010

Morning Glory




Uma musquinha eletrônica leve soou do celular anunciando o despertar de um dia cheio. Diana ordenou o despertador a tocar uns 10 minutos depois, a função "soneca" lhe é sagrada, sua cama é seu templo e castelo, seu sono é divino. Enfim se levantou, esticou-se e caminhou ao banheiro, encostou a porta, e iniciou seu ritual do amanhecer.

Neil estava de férias, não precisava se levantar naquele momento,e embora já acordado, fingia ainda dormir, adorava observar o íntimo ritual do despertar de sua amada. DO quarto ouvia o barulho das águas e do chuveiro, Diana adora banhos quentes, mui quentes, e logo os perfumes do banho, dos sabonetes, shampus e cremes acariciavam o olfato de Neil, e ele deitado, num sono-acordado, esticava-se, relaxava e gozava o doce da intimidade.

Diana saiu do banheiro, com todo cuidado para encostar a porta novamente com receio de que a claridade não viesse a acordar seu homem, estava com a toalha enrolada em seu corpo, embora cansada,o banho a relaxava como quase nada nesse mundo.

Ainda com o corpo úmido ela deixa a toalha para vestir-se. Primeiro as íntimas, depois a escolha da roupa apropriada, vestido ou calça? Verde ou violeta? E Neil observava o strip-tease ao contrário, e como adorava. Tudo tinha seu lugar e a sua hora, cada etapa com um jeito próprio. No final, já estava um tanto apressada e abria a caixa de jóias e bijuterias para pegar um anel ou um brinco, ou ambos, e todos, a roupa, os acessórios, todos com um propósito, com um fim, exprimiam em sua totalidade um ar, o seu ar naquele dia, parecia dizer para Neil onde iria ela, que iria fazer e como nesta manhã acordara.

Neil fazia um contato vivo e mágico com a personalidade da mulher que amava, e adorava isso, poder participar, mesmo observando, poder compartilhar com sua amada os seus momentos onde ela sentia-se só e livre, e poder degustar a graça, o zelo e a beleza que tinha Diana ao se arrumar quando acordava, como se olhava no espelho para arrumar o brinco e ver se estava de acordo, o toque que passava nos cílios e como ao final de tudo, passava o protetor solar na tatuagem que tem na perna.

Neil levantou-se enfim e de imediato foi carinhosamente repreendido, durma mais, está cedo, disse Diana. Neil iria voltar para cama ainda um pouco, mas não naquele momento, após assistir o seu ritual preferido, gostava de se levantar, preparar algo para que Diana não saisse com o estômago vazio de casa, e também adorava, vê-la engolindo, às pressas, uma xícara de leite quente com capuccino, seguida de um beijo breve, ás vezes mais intenso ás vezes não, e um bom dia amor.

Como Neil gostava de suas férias, quando Diana saia, ele voltava para o quarto que ainda exalava o perfume misturado ao vapor do banheiro, ele deitava novamente na cama e dormia um pouco mais, tranquilo e relaxado como se tocado em Deus ou vigiado pelos anjos.

Gabriel Oliveira

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um texto muito inspirador para este que escrevi é de Xico Sá, colunista do yahoo!:http://colunistas.yahoo.net/posts/60.html

4 comentários:

Unknown disse...

Parabéns, primo! Adoro ler suas obras. =)

Acaso disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Acaso disse...

Acaso disse...
cotidiano vivido constantemente!
é icrível como me revolto as vezes com o q o capitalismo transformou nosso cotidiano meio em máquina com timer.

Hora pra começar, porém queimaram a opção, hora para parar.

Mas vamos vivendo, farei como Neil!

deixarei essa anedota, como comentário ao seu belo texto, e irei mais um pouco pra cama.

Neil despachou a amada, eu despachei meus e-mails.

tchau!

Gabriel Oliveira disse...

Pô, Neil não despachou a amada, que modos são esses meu caro amigo,rs. Ela foi trabalhar, e ele ficou com o perfumne na casa. Valeu por comentar.
Obrigado também, Tamiris!
Saudações, Gabriel Oliveira